Com uma caminhada solidária, a associação famalicense Casa da Memória Viva (CMV) assinala na manhã do próximo sábado, dia 24, o Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer, instituído pela Organização Mundial da Saúde em 1994 e que, desde então, ocorre a 21 de setembro.
Com um percurso inclusivo, de cerca de quatro quilómetros, pelos principais parques da cidade e algumas artérias da União de Freguesias de Vila Nova de Famalicão e Calendário, a iniciativa constitui o retomar da caminhada anual da associação. Com ela, a CMV procura sensibilizar os famalicenses para os impactos da do tipo mais comum de demência e, ao mesmo tempo, recolher fundos para as suas atividades de informação e capacitação de cuidadores e familiares de pessoas com doença de Alzheimer.
Depois do interregno forçado nos anos da pandemia, a segunda edição da caminhada “Dê 2 Passos” apresenta um percurso propício à participação de famílias e de grupos de amigos ou, mesmo, de pessoas com mobilidade reduzida. Tem partida prevista para as 10 horas e chegada duas horas depois, junto ao ponto mais a Norte dos Paços do Concelho (esquina da Pr. Álvaro Marques com a R. Manuel Pinto de Sousa).
“Vamos arrancar dali porque queremos tornar pública a proposta que fizemos ao Senhor Presidente da Câmara, para que aquele espaço verde, onde outrora funcionou o posto dos Serviços Médico-Sociais da Previdência – de que ali, e bem, há memória, sob a forma de um interessante painel azulejar –, passe a ser tratado e usufruído por todos como um jardim, adotando o topónimo de ‘Jardim da Memória’”, explica Carlos de Sousa, presidente da direção da associação promotora da caminhada.
A inscrição pode ser feita através do preenchimento de um formulário disponível na página da CMV na rede social Facebook ou no próprio sábado, no local da partida, até às 9,30 horas. A participação implica uma doação mínima de cinco euros. A cada participante será entregue uma T-shirt e disponibilizadas as condições e meios necessários para hidratação.
Da Pr. Álvaro Marques, os participantes seguirão em direção ao Parque de Sinçães (via ruas S. João de Deus e António Carvalho Faria), daí saindo para o Parque da Devesa, que atravessarão para sair para a Praça – Mercado Municipal. De lá, continuarão para a Av. de França, torneando a “Rotunda dos Pinheiros” em direção à Rua do Barão de Trovisqueira. Passarão pelo Parque 1.º de Maio e embrenhar-se-ão, depois, pela Zona Escolar e pelo Parque da Juventude, avançando depois em direção à Igreja Matriz (antiga). Da Pr. 9 de Abril, subirão a Rua Direita, no alto da qual virarão à direita, percorrendo parte da R. de Camilo Castelo Branco, antes de chegar de novo aos Paços do Concelho (Pr. Álvaro Marques).
O presidente da direção da CMV apela à participação dos famalicenses na caminhada “Dê 2 Passos”, porquanto, assinala, “quantos mais formos, mais convincentes seremos na erradicação do estigma e da indiferença que, lamentavelmente, ainda são fatores de constrangimento de tantos concidadãos nossos”.
“Sair à rua para participar neste tipo de ações é contribuir para esbater diferenças, levar as pessoas a repensar atitudes e a encarar a doença de Alzheimer como aquilo que é: uma doença do cérebro que não faz parte do envelhecimento normal”, salienta Carlos de Sousa.
“Eliminando o estigma – sublinha ainda –, estamos a tornar Vila Nova de Famalicão uma comunidade mais saudável e mais amigável e compassiva das pessoas com demência”.
Um pouco por todo o mundo, as associações profissionais e organizações de saúde promovem em setembro, que consideram o Mês Internacional da Doença de Alzheimer, várias atividades de consciencialização e sensibilização da opinião pública para a situação desta doença e de outros tipos de demências.
A ADI – Alzheimer’s Disease International, a federação internacional que reúne 105 associações de vários países vocacionadas para a prevenção, os cuidados e a inclusão das pessoas com doença de Alzheimer, lembrou já, no princípio do mês, que estamos perante a causa mais comum de demência, que por sua vez é a sétima principal causa de morte a nível mundial.
Há um ano, a OMS antecipava que, no mundo inteiro, cerca de 55 milhões de pessoas com mais de 65 anos têm demência, número que deverá quase triplicar nas próximas duas décadas, passando para 138 milhões até 2050. A cada ano surgem cerca 10 milhões de novos casos.
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