Esta sexta-feira, 25 de fevereiro, três árvores foram abatidas no centro da cidade, nomeadamente na Rua João Faria dos Guimarães, em frente à Praceta de Cupertino de Miranda. Em três horas três árvores centenárias e saudáveis foram deitadas ao chão.
A razão do abate é a mesma que levou ao extermínio de diversas árvores na praça D. Maria II e no Campo Mouzinho de Albuquerque (antigo campo da feira): as obras na cidade.
Recorde-se que as obras de reabilitação no centro urbano, que vão custar oito milhões de euros ao erário público, iniciaram em 2020 tendo como prazo de conclusão outubro de 2021. Entretanto, terminou o mandato de Paulo Cunha, começou o mandato de Mário Passos e o prazo das obras foi alargado para abril de 2022.
O abate das árvores foi anunciado pela autarquia nas redes sociais na tarde de ontem e realizado no início da manhã de hoje. À semelhança do que foi feito por ocasião do abate da centenária Carvalheira, Joane. (ver aqui Joanenses surpreendidos com o abate da histórica Carvalheira)
No texto publicado no Facebook, a autarquia escreveu que “a operação decorre em virtude das obras em curso de renovação do centro urbano, impulsionadoras de um novo enquadramento paisagístico e urbanístico, com mais e melhores zonas sociais, e de um novo modelo de mobilidade, com mais espaços para peões e para os modos de transporte suaves”.
Em menos de 24 horas dezenas de famalicenses fizeram comentários na publicação do Município de Famalicão. Até ao momento da publicação desta notícia, todos os comentários eram contrários ao abate.
Ao longo das cerca de três horas que durou o processo de abate vários famalicenses acompanharam o processo e muitos efetuaram registos em fotografia e vídeo do momento em que as árvores centenárias tombaram no chão.
ABATES DE ÁRVORES EM 2020
O arranque das obras de renovação do centro urbano ficou marcado pela abates de árvores realizados na praça D. Maria II e no antigo campo da feira, há cerca de dois anos. Não houve comunicação prévia e as árvores foram cortadas durante a noite. Na altura foi realizada uma vigília contra o abate das árvores.
“A Câmara Municipal apregoa que valoriza o ambiente, diz que quer fazer de Famalicão uma cidade verde e voltada para as pessoas, mas começa a obra deitando árvores abaixo. Não faz sentido. Não sou contra as obras, mas a valorização do ambiente tem que estar inserida no projeto e, na memória descritiva do projeto, não vi menção ao abate que foi feito”, disse João Alves, filho de comerciantes do setor da restauração na Praça D. Maria II, numa entrevista ao NOTÍCIAS DE FAMALICÃO (e que pode ler na íntegra aqui Abate de árvores polémico. “Câmara não debateu com comerciantes. Só informou o que ia ser feito.”).
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