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Segunda-feira, 16 Setembro 2024
Carlos Folhadela Simões
Formado em Ciências Farmacêuticas, é professor do Ensino Secundário. Cidadão atento e dirigente associativo.

Au revoir Paris…Welcome L.A.!

As medalhas sabem bem, mas o exemplo e a tenacidade perdurarão na memória dos portugueses e na história do desporto em Portugal!

9 min de leitura
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Carlos Folhadela Simões
Formado em Ciências Farmacêuticas, é professor do Ensino Secundário. Cidadão atento e dirigente associativo.

Famalicão

Andar no “Voltas” é gratuito entre 16 e 20 de setembro

Uma das iniciativas da Semana Europeia da Mobilidade.

Famalicão assinala Semana Europeia da Mobilidade

Atividades desenrolam-se entre os dias 16 e 22 de setembro

Chega afirma que a revisão do PDM de Famalicão “vai obedecer ao interesse de alguns…”

Partido critica posições da maioria PSD-CDS que "ao longo do mandato vão em sentido contrário no que diz respeito à defesa do meio ambiente".

Famalicão em Transição apresenta sugestões e críticas à proposta de revisão do PDM

Criar florestas municipais e corredores verdes urbanos, incentivar a reabilitação de edifícios, e promover o transporte coletivo gratuito e elétrico são algumas das sugestões.

Só daqui a quatro anos teremos novamente este grandioso espetáculo desportivo.

Na antiga Grécia, de 4 em 4 anos, todas as guerras entre as cidades estado gregas cessavam, as armas eram depostas e trocavam-se os campos de batalha pelos estádios olímpicos. Estes jogos disputaram-se com dois conflitos próximos: na Ucrânia e na Palestina. Falar de Jogos é falar de espírito desportivo, de competição, dedicação e superação aos mais diferentes níveis.

De Paris ficam-nos na retina imagens espetaculares e momentos sublimes, episódios caricatos, mas também se abre, mais uma vez, uma nova janela de oportunidade para refletir sobre qual o lugar que o desporto ocupa nas prioridades nacionais.

Todos ficámos com um amargo de boca pela não conquista de medalhas vagamente esperadas, mas compensadas pelas conquistas inesperadas. Parabenizo sobretudo os atletas, os seus treinadores e clubes porque ao país pouco ficam a dever.

Nos últimos debates para a eleição de 10 de março, o desporto foi olimpicamente ignorado. Nada de nada. Os políticos reservam lugar na agenda para aparecerem nos grandes palcos, dão entrevistas e fazem comentários a quente e não desperdiçam o “boneco” para a posteridade. De seguida aparecem as comendas, algumas desprovidas, sobretudo no tempo, de critério. Mas quanto a isto nada que nos faça ruborizar. Triste é a falta de medidas, ações e atitudes, de Lisboa à mais recôndita freguesia do país, para apostar de forma consentânea, articulada e com objetivos definidos numa política desportiva eficaz, frutuosa e compreensível.

Ironicamente, Portugal não tem um Ministério do Desporto. No entanto, não será o ministério que fará, por si só, a diferença. O orçamento de estado é que deverá consagrar mais verbas para o efeito.  Em Portugal, segundo o INE, investem-se 40€ por habitante contra os 113 de média na União Europeia. Quanto ao PIB, 2% na EU e por cá não atinge 1%.

Quanto ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) no desporto, note-se que em Espanha foram investidos cerca de 600 milhões de euros, em contraste com os 10 milhões lusos.

Portugal é o país da União Europeia com pior atividade física: 73% dos portugueses dizem nunca se exercitar ou praticar desporto, segundo dados do Eurobarómetro de 2022. A prática desportiva está essencialmente ligada ao bem-estar físico e à saúde e não tem expressão competitiva.

Não será, pois, de estranhar que tenhamos 17 países da UE à nossa frente no medalheiro.

Tem e deve existir uma ligação mais estreita entre escolas e clubes.

A desvalorização da carga horária da Educação Física (EF) nos curricula, a EF como disciplina de “manutenção” no ensino secundário, a aposta quase fictícia no Desporto Escolar, a desvalorização de eventos desportivos escolares, não parecem ser as melhores opções para alcançar a jusante grandes resultados.

Os clubes merecem mais e melhores apoios. Há que distinguir a manutenção da competição. Há que perceber os diferentes desideratos. Há que estruturar os clubes e dar-lhes condições. Os dirigentes não podem continuar a ser aqueles que metem os atletas no carro para os levar às competições, que mandam lavar equipamentos, que preparam o lanche, …, que tudo fazem por carolice e que numa grande parte das vezes, cumprem essas tarefas enquanto os filhos ou netos praticam a modalidade. Quando abandonam abre-se um vazio… No contexto atual, planifique-se, invista-se, faça-se tudo para nada depender de tamanha carolice.

As autarquias devem fazer investimentos baseados em planos a longo prazo. Invistam em equipamento que possam alavancar os resultados; em clubes que já provaram obter resultados; em atletas que não deveriam ter de andar de chapéu na mão para participar em campeonatos do mundo!

Poderão existir escolas que promovam modalidades no desporto escolar, com verdadeiras condições de prática, com estreita ligação a clubes e que poderiam condicionar a escolha por parte dos alunos? Seria mais fácil constituir turmas e conciliar a parte académica com a parte desportiva. Não temos nós em Famalicão profissionais com provas dadas em algumas modalidades que as poderiam promover nas suas escolas? Afinal o corpo docente é cada vez mais estável…seriam programas de continuidade.

E por que não um ensino articulado para o desporto? À semelhança do ensino artístico seria possível praticar desporto, no ensino público, em articulação com o horário da escola (sendo que estes alunos ficam dispensados de uma série de disciplinas para poderem ter as de desporto, que implicam uma grande carga horária e são muito exigentes).

Este, infelizmente é um problema nacional. Por cá que proveito se retirou da dita piscina olímpica? Para quando um multiusos? Para quando a aposta em eventos que reflitam a prática de algumas modalidades? E quando teremos eventos fora da caixa?…. as provas de hipismo na praceta Cupertino, pela exiguidade de praticantes, não me parecem contribuir para esse desidrato…

A última coisa que ganhamos foi perder o título de Cidade Europeia do Desporto 2025, para Matosinhos. Por que será?

Tenhamos presente que a pista de canoagem em Montemor-o-Velho, de 2002, projetada para acolher as modalidades de canoagem, natação, remo e triatlo e o Velódromo Nacional, de 2009, em Sangalhos, é uma infraestrutura única em Portugal que permite a preparação para as grandes competições internacionais de ciclismo de pista, desempenharam papel fulcral nos resultados obtidos, ao longo dos anos, nestas modalidades. Lembrar que deverá também existir dotação financeira para a manutenção e requalificação destes equipamentos.

Todos sabemos quais as modalidades que à data de hoje, para lá do judo e do atletismo, têm conquistado medalhas olímpicas, títulos europeus e mundiais. Há, pois, um retorno positivo no deve/haver de investimento/resultados.

Voltando aos jogos, algumas notas marcantes, quer pelos resultados, quer pelo inusitado de alguns momentos:

Vinesh Phogat ,  atleta indiana finalista de luta livre, na categoria de -50kg, ficou a 100 gramas da luta pelo ouro olímpico.  Durante a noite anterior ao combate, face aos 3 kg que tinha a mais, tudo fez para não falhar a pesagem oficial que se realizou na manhã do combate decisivo. Mesmo cortando o cabelo ficou a 100 gramas da hipotética glória!

O pugilista cabo-verdiano, David Pina, a escassos meses da competição foi obrigado a ir para o Algarve, trabalhar nas obras, de forma a conseguir sustentar a família. Foi o seu treinador, Bruno de Carvalho, a sua tábua de salvação. Pina foi o primeiro medalhado olímpico da história de Cabo Verde!

Yusuf Dikec, o atirador turco que conquistou a prata na prova de pistola de ar 10 metros por equipas mistas e que se apresentou sem equipamento especial, com uma postura descontraída e de mão no bolso na hora do disparo. Afinal, auto intitula-se como “ um atirador nato”!

O homem mais rápido à face da Terra é o norte americano, Noah Lyles que venceu a prova na casa do milésimo de segundo. Face a este resultado era o grande favorito para a prova do duplo hectómetro. Aí, um atleta do Botswana, de seu nome Tebogo, suplantou a concorrência norte-americana. Tornou-se o primeiro campeão olímpico do seu país. No final da prova, apontou para o seu dorsal e mostrou uma data inscrita nas sapatilhas: 23/12/1980, a data de nascimento da mãe. Prestou homenagem à progenitora que tinha falecido em maio passado.

No setor feminino mais uma nação a estrear-se com o ouro. Santa Lucia, elevou ao patamar de heroína, Julien Alfred, que bateu a favorita Sha’Carri Richardson.

O paquistanês, Arshad Nadeem é mais um exemplo de superação. A seis meses dos jogos só tinha um dardo para a sua preparação. Pesem as dificuldades, o atleta foi resiliente e alcançou o ouro. Seria apropriado dizer que foi uma lança em terra de críquete!

Como já se esperava, Duplantis tornou-se bicampeão olímpico e recordista mundial no salto com vara (6,25 m). Coisa pouca ou não fosse a altura equivalente a um prédio com três andares. Para quê elevadores?!

Uma das imagens que vai perdurar no tempo é a da vénia feita pela estratosférica Simone Biles e pela sua colega Jordan Chiles, à brasileira Rebeca Andrade que ocupou o lugar cimeiro do pódio, na prova de solo. O gesto, protagonizado pelas duas americanas, encerra em si mesmo o espírito olímpico, comunhão e respeito. As intervenientes realçaram o facto de o pódio estar constituído por três atletas negras numa modalidade que nem sempre foi inclusiva. Uma inspiração em Jesse Owens?

A brasileira Rayssa Leal tornou-se, aos 16 anos, na mais jovem de sempre a repetir pódios em dois Jogos Olímpicos. Por sua vez, a australiana Arisa Trew, de 14 anos, no skate, na variante de park, tornou-se uma das mais jovens campeãs olímpicas.

64 anos depois e à 15.ª tentativa, a China retirou aos americanos o trono na prova dos 4×100 estilos masculinos. Com uma última piscina bombástica, o chinês Pan Zhanle

mostrou porque bateu o recorde mundial na prova individual. Curiosidade é o facto do preparador físico deste superatleta, ser o português Nuno Pina.

Foi no espetacular e bem conseguido Estádio Torre Eiffel, construído no Campo de Marte ( Champs- de- Mars) que se disputaram inúmeros jogos de vólei de praia. As jogadoras brasileiras ficaram com o ouro que foi conquistado pela dupla sueca em masculinos. David Åhman e Jonatan Hellvig de 22 anos, imagem estereotipada de verdadeiros suecos, mas não excessivamente altos, era a dupla que liderava o ranking mundial. Até aqui nada de novo. O que é de realçar é o estilo de jogo que apelidaram de “Swedish Jump-Set” que alterou o tradicional, 1-2-3 toques do voleibol. Esta forma de jogar, torna o jogo mais emotivo, surpreendente e complica claramente a defesa. Será a nova tendência deste desporto?

Registo ainda para a speed climbing (escalada em velocidade)  que é a irmã mais nova da escalada e que se apresentou em Paris como modalidade independente. O indonésio Veddrip Leonardo e o chinês Peng Wu, foram os dois atletas que nem cinco segundos levaram a trepar 15 metros com 5% de inclinação. A velocidade olímpica mudou-se da pista roxa do atletismo para uma parede!

Paris consagrou ainda outros grandes vultos desportivos:

Mijaín López, o primeiro campeão olímpico pela quinta vez consecutiva. Cubano, com um porte físico extraordinário, quase dois metros e 130 quilos, almejou aquilo que nem Michael Phelps ou Carl Lewis conseguiram.

Katie Ledecky, talvez a melhor nadadora de todos os tempos, com 7 títulos olímpicos e 21 mundiais, poderá igualar o cubano em Los Angeles 2028, caso participe e vença os 800 m livres onde tem 4 ouros consecutivos.

Teddy Riner, o judoca francês que conquistou a quarta medalha de ouro, para juntar à de bronze de Pequim 2008.  O rei dos tatamis!

Sifan Hassan, a etíope que se tornou a primeira atleta a ser campeã olímpica nos 5.000m, 10.000m (Tóquio 2020) e agora na maratona.

Diana Taurasi, a basquetebolista americana que conquistou a sua sexta medalha de ouro em Jogos olímpicos!

Novak Djokovic conquistou finalmente o título que lhe faltava: ser campeão olímpico!

Leon Marchand e Summer  McIntosh na natação,  Quincy Wilson, Femke Bol e Yaroslava Mahuchikh, no atletismo serão nomes a seguir nos próximos anos.

Três meses após ter sido mãe, a marchadora penta olímpica e porta-estandarte Ana Cabecinha participou, provavelmente, na sua última grande competição internacional ao mais alto nível. Pese o último lugar da geral, a sua pior classificação de sempre, Cabecinha fez uma prova de superação e de particular exemplo após ter conciliado a maternidade recente com a alta competição. Terminou a prova sob forte ovação do público presente, ao não ter desistido, apesar de ter feito a última volta completamente sozinha. Após 28 anos ao mais alto nível, a alentejana dos 20 Km marcha, encerra de forma sofrida, mas exemplar, a sua carreira desportiva.

Sem medalha, mas com grande respeito, dedicação, profissionalismo e convicção, a lenda, como é apelidado no mundo da canoagem Fernando Pimenta, saldou a quarta participação olímpica. As medalhas sabem bem, mas o exemplo e a tenacidade perdurarão na memória dos portugueses e na história do desporto em Portugal!

Parabéns campeões!

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Carlos Folhadela Simões
Formado em Ciências Farmacêuticas, é professor do Ensino Secundário. Cidadão atento e dirigente associativo.
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