Paulo Alexandre Matos Cunha, natural de Gavião, Vila Nova de Famalicão, 49 anos, advogado, professor universitário e atual Presidente da Câmara Municipal de Famalicão.
São apenas breves (brevíssimas!) notas bibliográficas do ainda edil do município famalicense.
Passarão a estar desatualizadas a partir da data da realização das próximas eleições autárquicas, já que não será candidato ao terceiro mandato.
Um anúncio que apanhou de surpresa a generalidade da população famalicense e quiçá os dirigentes nacionais do partido pelo qual foi eleito.
Num período em que há inúmeros “dinossauros” a forçar a continuidade na gestão autárquica, mudando de concelho, contornando o impedimento legal de se recandidatarem no mesmo município, após concluído o terceiro mandato. Maria das Dores Meira, de Setúbal para Almada, é, talvez, o exemplo mais significativo.
A limitação à renovação sucessiva de mandatos dos presidentes dos órgãos executivos das autarquias locais foi instituída pela Lei nº 46/2005. A partir daí, passaram a estar sujeitos ao limite de eleição para três mandatos consecutivos. Um dos propósitos desta lei foi evitar abusos de poder e garantir a rotatividade governativa, contribuindo para o regular funcionamento da democracia.
Aqui estamos a presenciar uma situação inédita nos tempos que correm.
Quando há uma ideia quase enraizada relativa aos políticos de perpetuação no poder, de manutenção em cargos públicos pelo máximo de tempo possível, de nomeação para cargos onde hibernam até novas oportunidades, Paulo Cunha afirma querer voltar à sua vida profissional e académica.
Atendendo à sua presença constante nos inúmeros eventos decorrentes do pulsar de um concelho dinâmico e próspero, nas sessões públicas oficiais do município, entende-se o seu eventual cansaço e desgaste. Abdicou indubitavelmente do seu conforto e descanso por ter decidido exercer o mandato de forma presente, ativa, disponível, próxima e sobretudo eficiente, carismática e exemplar, naquilo que se pede a quem foi eleito para representar os seus concidadãos.
Soube passar de forma elegante por este compromisso autárquico com os seus conterrâneos.
Evocou uma série de razões que poderemos não compreender, mas que teremos de aceitar.
Sai de forma autónoma, discreta e elegante.
Um novo ciclo se abrirá em Famalicão.
Deixa uma pesada e positiva herança ao seu sucessor.
Várias foram as conjeturas avançadas para tal decisão. O que trama Paulo Cunha? O que quer Paulo Cunha? Para onde vai Paulo Cunha? Assembleia da República, Parlamento Europeu, liderança partidária, …,?
Não sei. Sei é que seria uma perda inestimável para a vida pública que desaparecesse. Acredito que terá projetos futuros e que continuará a estar por aqui!
Por isso, um até já, Paulo Cunha!
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