Dezenas de pessoas percorreram alguns dos principais espaços públicos de Famalicão na caminhada solidária “Dê 2 passos” em prol da Pessoa com Doença de Alzheimer. A caminhada decorreu na manhã do último sábado e foi organizada pela Casa da Memória Viva, associação cívica famalicense que tem entre os seus objetivos dignificação e bem-estar das pessoas com perdas cognitivas.
Não há dados oficiais sobre o número de famalicenses a viver com demência, mas a associação estima que sejam cerca de mil pessoas. Refira-se que, de acordo com os dados do último censo, a população idosa é a única a aumentar em Famalicão. Em 10 anos a quantidade de pessoas com 65 ou mais anos a viver em Famalicão cresceu 42,5%.
A Casa da Memória Viva desenvolveu um “Plano Local Integrado para as Demências” com o intuito de ajudar as pessoas que vivem com demência e as suas famílias. A associação solicitou uma audiência ao presidente da Câmara e apresentou o plano a Mário Passos no passado dia 1 de junho, no âmbito da auscultação da comunidade à elaboração do Plano Estratégico do Município 2022-2030.
Carlos de Sousa, presidente da direção da Casa da Memória Viva, destaca que “também em matéria de sensibilização, prevenção, dignidade e melhoria da vida da pessoa com demência e apoio às respetivas famílias e cuidadores, importa pensar global e agir local”.
Entre as principais linhas de ação propostas no “Plano Local Integrado para as Demências” estão a formação e capacitação de cuidadores informais de pessoas com demência, envolver as farmácias e os farmacêuticos “que são aqueles quem reconhecem mais facilmente as pessoas com demência e melhor conhecem os respetivos cuidadores e familiares”, e a criação de uma bolsa gratuita de cuidadores. Proporcionar espaço público e interação social é outro dos pontos em destaque, uma vez que o isolamento e a solidão são dois dos maiores inimigos da pessoa com demência.
A caminhada para lembrar a pessoa com Doença de Alzheimer recebeu uma grande adesão da sociedade. No total, foram centenas de inscrições. Várias pessoas mesmo sabendo que não poderiam estar presentes, manifestaram o seu apoio à iniciativa realizando a inscrição no evento.
A Casa da Memória Viva já anunciou que a iniciativa decorrerá novamente em 2023. Recorde-se que a primeira caminhada foi realizada em 2019, tendo sido suspensas por causa da pandemia de covid-19.
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