A Associação Famalicão em Transição está a divulgar um vídeo com imagens aéreas do Monte Santa Catarina, nomeadamente da área intervencionada para a implantação de uma central fotovoltaica.
As imagens foram captadas no dia 17 deste mês, durante uma das iniciativas promovidas pela Associação no Monte Santa Catarina, denominada “Conversa TeT especial – Parte II – Transição energética e floresta”.
A implantação de centrais fotovoltaicas no concelho foi noticiada, em exclusivo, pelo NOTÍCIAS DE FAMALICÃO ainda no início do mês de julho. [ver Construção de centrais fotovoltaicas em Famalicão envoltas em mistério]
Também foi o NOTÍCIAS DE FAMALICÃO a noticiar em primeira mão que a construção na zona envolvente do Monte Santa Catarina, que abrange áreas das freguesias de Outiz e Vilarinho das Cambas, seria possível graças à “declaração de reconhecimento de relevante interesse público” atribuída pelo Município de Famalicão. [ver aqui Central fotovoltaica será construída em terreno com perigosidade de incêndio florestal muito alta”].
Trata-se de um projeto com a dimensão total de implantação de cerca de 80 hectares, sendo a “dimensão total da área de corte de árvores, segundo o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, cerca de 70 hectares”, destaca a Associação Famalicão em Transição, acrescentando que “o perímetro da superfície total de implantação do projeto: cerca de 5 km”.
Entre as centenas de árvores abatidas estão espécies protegidas como sobreiros e carvalhos-alvarinho.
“A área mais densa de sobreiral cortado, coincidente com a área de maior declive de implantação do projeto, correspondente a uma percentagem mínima (cerca de 2,5%) da área total de implantação da central fotovoltaica projetada”, destaca a Associação, que coloca uma série de perguntas acerca deste projeto.
Entre as questões levantadas pela Associação estão o “porquê do corte desta área específica, com ainda maior valor ambiental e ecológico?”. A Famalicão em Transição questiona se “será assim tão essencial a utilização desta área (junto aos penedos, no ponto mais alto e de maior declive da área intervencionada) para o projeto em causa” e se “não teria sido possível, pelo menos, salvaguardar esta área do Monte Santa Catarina, excluindo-a da zona de corte de árvores”.
Além disso, a Associação quer saber se “foi devidamente avaliado o risco de erosão em toda a área de desbaste da vegetação arbórea, e especialmente nesta área de maior declive e altitude”, alertando que “já a verificar-se erosão no terreno neste momento”.
De referir que nas últimas reuniões da Assembleia Municipal realizadas dias 16, 19 e 20 deste mês, a instalação desta central fotovoltaica e de outros projetos semelhantes foi tema de intervenção de vários partidos e também de munícipes.
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