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Sexta-feira, 18 Outubro 2024
Rui Lima
Rui Lima
Licenciado em Gestão de Marketing, Rui Lima é um empresário famalicense e escreve sobre temas da atualidade.

Assembleia Municipal de Famalicão: os últimos escudeiros

Foram levantadas questões incómodas e apontados muitos erros à gestão danosa social e estrutural que Mário Passos tem levado por diante.

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Rui Lima
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Licenciado em Gestão de Marketing, Rui Lima é um empresário famalicense e escreve sobre temas da atualidade.

Famalicão

No século XIV a função de escudeiro era muito útil aos cavaleiros.

Os escudeiros tinham como função servir o cavaleiro, até ao ponto de comerem as sobras do cavaleiro e tratar da higiene do cavalo.

O moço do cavaleiro era fiel, mas sem pensamento próprio, preso aos ideais do seu cavaleiro sem questionar e sempre a apoiar.

Estamos no século XXI e ainda nos dias de hoje, testemunhamos alguns destes comportamentos.

Na Assembleia Municipal, o debate político deveria ser o propósito.

O ego é ingrato, e aqueles que não o deixam do lado de fora da sala acabam facilmente apanhados a colocarem-se em bicos de pés.

Na Assembleia Municipal do dia 20-09-2024, foi o esplendor do clima de medo que o atual executivo e os seus últimos e ainda fiéis escudeiros tentaram criar.

Cada vez são menos, não precisam de respeitar, não precisam de colocar os famalicenses em primeiro lugar, apenas precisam de abafar a oposição mesmo que para isso façam uma figura lamentável.

Para quem viu a transmissão, como eu e uns amigos, ficou claro que, nessa sessão, o ambiente não estava nada favorável ao executivo, aliás, como já vem sendo tradição.

Foram levantadas questões incómodas e apontados muitos erros à gestão danosa social e estrutural que Mário Passos tem levado por diante.

Foram dados caminhos alternativos, como o do PS Famalicão que apresentou a isenção de IMI mais alargada.

Uma proposta bem estruturada e defendida por parte dos deputados da atual oposição e que beneficiava a comunidade.

Logo foram alvos da pressão e de um olhar reprovador e da promessa de uma repreensão velada.

O primeiro escudeiro, deputado Jorge Paulo Oliveira, veio a púlpito expressar, com todo o direto, a não concordância com a proposta, mas de uma forma errada. Como um professor do tempo de antigamente, da outra senhora, se tratasse, tentou repreender a bancada da oposição, argumentando que a proposta não tinha cabimento.

O PS novamente explicou a proposta e, mais uma vez, defendeu que seria benéfico para todos os famalicenses o alargamento da isenção do IMI.

Sem a capacidade de colocar os famalicenses em primeiro lugar e sem saída possível, o deputado Jorge Paulo Oliveira, deixou que o espírito de um professor do tempo da ditadura baixasse no seu corpo e foi mais um espetáculo de berros e olhares intimidantes para a bancada do PS.

Felizmente esse tempo já lá vai e toda a sala se riu da figura autoritária que por ali passou uns instantes, até porque já temos TV a cores e internet.

A cereja no topo do bolo veio com as perguntas diretas que o deputado Jorge Costa fez a Mário Passos sobre o terreno das Pateiras e questionando se tem visto o canal NOW ultimamente.

Confesso que tenho de dar os parabéns ao deputado Jorge Costa, questionou Mário Passos sobre quem pagava a sua defesa de um processo que colocou contra o Notícias de Famalicão, embora não o identificasse, por divulgar uma notícia verdadeira.

A resposta de Mário Passos foi a mais fácil mesmo que comprometedora, o silêncio.

O mais chocante, porém, foi a atitude do segundo escudeiro o deputado Armindo Gomes, do CDS, para com a deputada Tânia Oliveira, da CDU.

A deputada Tânia Oliveira não podia sequer fazer uma intervenção e explicar o seu ponto de vista, apresentar algumas razões da sua discórdia em relação às políticas de Mário Passos.

Em pleno século XXI, o que todos vimos foi a tentativa de uma atitude de misoginia por parte do deputado Armindo Gomes para com a deputada Tânia Oliveira.

Gostei sobretudo que Tânia Oliveira combatesse essa tentativa de misoginia com palavras e explicando, mais uma vez, a não concordância sobre o processo da pista de atletismo, argumentos bem defendidos, o que para mim são sempre a melhor “arma”.

O cimento do poder não pode ter como arma principal a tática do grito.

A tática do grito e da pressão usada pela bancada da coligação MAIS AÇÃO, MAIS FAMALICÃO é a causa de um sentimento de frustração porque sabem que estão todos pestes a fazer as malas e abandonar o poder.

Os escudeiros de Mário Passos seguem uma linha rígida orientada para pressões, mas isso não funciona com pessoas informadas, preparadas, muito mais capazes, com objetivos e estratégias.

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