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Domingo, 24 Novembro 2024
Susana Dias
Susana Dias
Socióloga, mestre pela Universidade do Minho, pós-graduada em Gestão e Administração em Saúde e apaixonada pela geriatria. É diretora clínica da Oldcare Famalicão.

As urgências estão doentes

A ida ao serviço de urgências devia ser só com os doentes encaminhados pelo INEM, pelo SNS 24 ou pelos centros de saúde. Não é compreensível que doentes tenham que se deslocar às urgências porque os centros de saúde fecham cedo demais ou porque simplesmente não conseguem uma consulta médica.

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Susana Dias
Susana Dias
Socióloga, mestre pela Universidade do Minho, pós-graduada em Gestão e Administração em Saúde e apaixonada pela geriatria. É diretora clínica da Oldcare Famalicão.

Famalicão

O serviço nacional de urgência está em rutura. A disfunção da rede de urgência é um problema crónico sem solução imediata, que se arrasta há vários anos e que exige uma estratégia. Existe uma dificuldade de entender o problema, e não saber identificar as medidas que são modificadoras do mesmo problema é ainda mais grave.

Além de aumentar a literacia em saúde junto da população, é fundamental capacitar a rede de cuidados de saúde primários que praticamente é inexistente, melhorar a articulação com as especialidades hospitalares e apostar no serviço de apoio domiciliário. O facto de contratar mais recursos no SNS não vai resolver o seu problema de organização, que todos os invernos se agudizam porque o problema está na falta de articulação entre os organismos. As urgências são a única área dos cuidados de saúde em que não há regulação, há que reconhecer que o problema é crónico e que urge encontrar uma solução.

A ida ao serviço de urgências devia ser só com os doentes encaminhados pelo INEM, pelo SNS 24 ou pelos centros de saúde, ou seja, os doentes têm de ser referenciados. Se for uma situação menos grave, podem indicar uma ida ao centro de saúde no próprio dia ou no dia seguinte e se for uma situação ligeira que possa ficar em casa dão aconselhamentos. As pessoas devem aceder a um destes sistemas, para depois serem encaminhados para os serviços de urgência.

Não é compreensível que doentes tenham que se deslocar às urgências porque os centros de saúde fecham cedo demais ou porque simplesmente não conseguem uma consulta médica. Os cuidados de saúde primários constituem um elemento central do SNS e tem de haver, sem dúvida, um reforço dos cuidados de saúde primários e uma aposta nos centros de saúde. Há anos que é evidente para todos, mas inexplicavelmente, essa aposta continua a não acontecer. Daí a prioridade que as urgências hospitalares devem merecer no novo mandato da ministra da Saúde pois está em causa a sobrevivência do Serviço Nacional de Saúde.

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Susana Dias
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Socióloga, mestre pela Universidade do Minho, pós-graduada em Gestão e Administração em Saúde e apaixonada pela geriatria. É diretora clínica da Oldcare Famalicão.
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