Armindo Costa partilhou com uma plateia atenta e interessada memórias e histórias da Revolução de Abril de 1974, num encontro promovido pelo núcleo do PSD de Oliveira Santa Maria, que lotou a sede da Junta de Freguesia.
Em 2022 são já mais os anos em democracia do que em ditadura em Portugal. Um motivo acrescido para celebrar os 48 anos do 25 de Abril, com o antigo Presidente da Câmara Municipal de Famalicão (2002-2013) a cativar a atenção dos presentes ao recordar episódios que vivenciou no período que antecedeu a Revolução e no dia 25 de Abril, para além da tensão vivida até ao 25 de Novembro, sem deixar de pontuar a sua intervenção com a situação geopolítica mundial.
“Nestes dias difíceis que se vivem no leste europeu, são momentos como este que nos avivam o sentido de obrigação de continuarmos a defender e a lutar pelos mais altos valores democráticos, principalmente, o direito à vida e à liberdade”, enfatizou o ex-autarca.
O 25 de Abril de 1974 apanhou Armindo Costa a trabalhar como diretor industrial numa indústria de calçado na zona de Carcavelos. O 1 de Maio, primeiro Dia do Trabalhador em liberdade, foi igualmente memorável. “Dia único na minha vida, lindo!”, disse.
Para fugir ao “Verão Quente” que se seguiu e a toda a agitação social e política que fervilhava junto do tecido industrial da região de Lisboa, decidiu regressar a Famalicão em 1975 e tornar-se empresário de calçado, fundando a ACO. “Saí na hora certa porque o descontentamento era muito grande. As pessoas perceberam que já ninguém conseguia dar a volta ao que estava a acontecer. Foi quando, aqui em Famalicão, incendiaram a sede do Partido Comunista, ocorrendo também desacatos em Fafe, Braga e Guimarães. Até que chega o 25 de Novembro”, lembrou.
A ligação de Armindo Costa ao PSD começou por causa de Francisco Sá Carneiro. “Eu era apartidário, mas depois do 25 de Abril alinhei pelas pessoas que deram tudo por Portugal: os que pertenciam à ala liberal do PPD/PSD, como Sá Carneiro e Pinto Balsemão”, declarou.
“Tive e continuo a ter uma grande admiração por Sá Carneiro, um dos fundadores da nossa democracia, tanto pelo que fez antes do 25 de Abril, como pelo que fez depois”, sublinhou o ex-autarca
Em jeito de conclusão, Armindo Costa afirmou que “defender Abril é uma obrigação de todos”.
O encontro, moderado por Hugo Mesquita, contou também com a participação de Nuno Reis, Deputado à Assembleia da República entre 2009 e 2015.
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