O que falta acontecer para que a maioria PSD/CDS, que decide há mais de 20 anos tudo o que se passa no nosso concelho, perceba, de uma vez por todas, que continuar a fazer ouvidos moucos às alterações climáticas não vai fazer com que as mesmas desapareçam? Precisamos de mais desastres, acidentes graves, mortes?
Simplesmente não se entende.
Não foram milhares, foram milhões e milhões gastos ao longo destes anos em infraestruturas, obras de suposto melhoramento das redes viárias, planos e planinhos, alegadas estratégias…Para quê?
Chegamos, uma vez mais, à época de chuvas e temos o caos no centro da cidade, temos os rios e ribeiros a tomar conta do que lhes pertence e não se conhece uma proposta em concreto para resolver o problema.
O que se vê, diariamente, é o continuar de uma visão doentia de que impermeabilizar é que é bom, permitir a construção em zonas ribeirinhas é que é “chique”, canalizar ribeiros resolve o problema e que as zonas verdes não servem para mais nada a não ser para dar lugar a hipermercados ou habitação de luxo.
É incompreensível ver que, ano após ano, década após década, tentam aprisionar aquilo que ainda não entenderam que tem vida e vontade própria – a natureza – e que esta encontra sempre o seu curso. Quem não entende um dos princípios mais básicos da ordenação territorial não merece ter a seu cargo tamanha tarefa fulcral.
Por isso, parabéns a todas as pessoas que, no papel de decisores veem o ordenamento do território e a sua relação com o ambiente como algo que existe no mundo encantado dos unicórnios e que, portanto, mais não passa de uma utopia de meia dúzia de loucos e loucas que cá andam. Só nunca se esqueçam que água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.
E porque, ao contrário de alguns negacionistas que dizem “mudar o clima não está ao nosso alcance”, fica o alerta – está mesmo nas nossas mãos mudar. E mudar para melhor!
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