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Sexta-feira, 22 Novembro 2024
Sandra Pimenta
Sandra Pimenta
Licenciada em Direito. Mestranda em Direito Administrativo. É ativista e membro ativo do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN)

A violência doméstica tem um rosto

“Entre marido e mulher não se mete a colher” - diria que à semelhança de tantos outros ditados ou tradições precisamos de adaptar-nos às exigências do século XXI e àquilo que importa garantir - direitos, proteção, empoderamento das meninas e mulheres.

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Sandra Pimenta
Sandra Pimenta
Licenciada em Direito. Mestranda em Direito Administrativo. É ativista e membro ativo do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN)

Famalicão

As mulheres continuam a ser discriminadas com base no género e esta desigualdade, que está enraizada no nosso quotidiano, espelha-se nas mais diversas dimensões da nossa sociedade, desde o mundo laboral à esfera familiar e social.

A COVID-19 veio agravar esta realidade, uma vez que são as mulheres quem tem os empregos mais precários e auferem rendimentos mais reduzidos. Aqui importa, igualmente, não esquecer as vítimas e sobreviventes de violência doméstica, que tiveram de conviver com o agressor debaixo do mesmo teto 24 sobre 24 horas durante os períodos de confinamento, sendo uma realidade transversal a todos os grupos sociais e faixas etárias.

No ano de 2020, segundo a APAV registou-se um total de 13.093 vítimas diretas de crime. Cerca de 75% destas eram do sexo feminino, 17,5% do sexo masculino e 0,1% consideravam-se num terceiro sexo (intersexo). As faixas etárias mais frequentes situavam-se entre os 25 e os 54 anos de idade, representando um total de 38,3%. No mesmo relatório, no nosso concelho 82 pessoas foram vítimas de alguma forma de violência doméstica – quantas mais ficaram sem apoio? Quantas mais terão sofrido em silêncio?

Já este ano, registaram-se 6661 participações à PSP e GNR por violência doméstica no segundo trimestre e que superam as 5517 participações contabilizadas no primeiro trimestre deste ano, indicam ainda os dados do Governo.

Sabemos que a violência assume diferentes formas. Por vezes uma simples palavra pode trazer impactos psicológicos gravíssimos. Este tema ainda não tem a atenção devida e torna-se por isso fundamental reforçar os meios de resposta às vítimas de violência doméstica, garantindo um total apoio e acompanhamento, a partir do momento que há uma sinalização, assim como capacitar as nossas associações locais, de meios técnicos, humanos e financeiros, de forma a que as mesmas consigam prestar auxílio, em tempo útil, aos pedidos das vítimas.

Paralelamente, os planos de atuação devem passar por ações de sensibilização junto da comunidade escolar, de empresas, junto das forças de segurança e de instituições em relação à temática da igualdade de género, da violência doméstica, e das diferentes formas de discriminações, pugnando pelo respeito, pela diversidade existente na sociedade.

“Entre marido e mulher não se mete a colher” – diria que à semelhança de tantos outros ditados ou tradições precisamos de adaptar-nos às exigências do século XXI e àquilo que importa garantir – direitos, proteção, empoderamento das meninas e mulheres.

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