“Afinal de contas, para que é que precisamos de espaços verdes se podemos ter tudo preenchido com fábricas.”
Em tom irónico, e cravado de uma clara indignação, assim se manifesta um dos vários habitantes de Lousado, revoltado com as contínuas decisões que têm afetado de forma negativa esta freguesia.
Conhecemos as intenções de expansão da área industrial, e quer a recente revisão do PDM, no geral, quer o projeto da Medway, em específico, são claros exemplos da obsessão deste executivo por esta temática, porventura para tornar Famalicão o concelho mais exportador do país.
Mas a que preço? Quais os impactos para a saúde das pessoas? Para o ambiente? Para a qualidade de vida de quem fica e que não pode exportar toda a destruição, todas as externalidades negativas.
É essa obsessão que ignora a comunidade local que tenta proteger bosques e memórias, que tenta garantir algum equilíbrio ambiental, que tenta proteger espaços que possam contrabalançar o desequilíbrio que este concelho se tornou.
Que tenta garantir às gerações futuras qualidade de vida. Mas este executivo não quer saber!
Temos assistido a uma total irresponsabilidade na gestão pública, sem qualquer pudor, vergonha, ou compromisso com as gerações futuras.
Precisamos de garantir aos nossos jovens ofertas de emprego diversificadas e as suas competências reconhecidas; aos nossos agricultores que os seus terrenos serão valorizados pela sua produção local, ao invés de serem “convidados” a vender, sob pena de uma qualquer expropriação; assegurar às nossas crianças que possam crescer em comunidades seguras, em contacto com a natureza, e protegidas dos vários tipos de poluição.
Vamos chamar as coisas pelos nomes!
O que se tem passado em Famalicão, nos últimos anos, é fruto da visão de um coletivo de pessoas que vê o mundo a preto e branco. E por isso, precisamos quebrar este ciclo de más políticas!
Precisamos trazer o verde da esperança à vida das pessoas e mostrar que existem alternativas.
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