Na vida pública, há cargos com um peso singular, com uma responsabilidade que transcende os horários, que não conhece fins de semana e às quais não se aplica o conceito de descanso pleno.
O cargo de Presidente da Câmara é, sem dúvida, um dos que exige mais e obedece a esses padrões.
A escolha de ir a eleições é uma opção pessoal que deve ter em conta esses fatores.
Quem não está preparado para assumir essas obrigações, logicamente não pode mostrar disponibilidade para o cargo.
Ser eleito para liderar uma cidade não é apenas uma honra, um estatuto, é um compromisso inescapável com cada cidadão, com cada rua, com cada problema.
Quem tem a honra de passar por esse cargo tem de saber que é um compromisso que não tira férias.
É desconcertante perceber que, diante de um evento tão grave, como aquele que testemunhamos na praia fluvial de Arnoso e que abalou, em temos mediáticos, o nosso concelho, o presidente de Câmara tenha optado pelo silêncio.
A Câmara Municipal, numa declaração elaborada por um estagiário em comunicação, tenta enganar os jornalistas e a população. O executivo camarário enviou a responsabilidade para a Junta, a Junta “queimou” o tesoureiro, que nesta pirâmide de responsabilidade, é o que tem menos culpa.
Amadorismo!
Para mim, não é surpresa, esta situação é a esperada perante tantos erros graves já cometidos pela coligação Mais Ação, Mais Famalicão liderada por Mário Passos.
Quando algo de grave acontece como esta situação, o executivo e o líder desaparecem para férias, mas a confiança que a população deposita neles também.
A confiança constrói-se com palavras, ações e com a presença constante não só para a fotografia em inaugurações.
Em momentos de crise, os líderes devem estar na linha da frente e não escondidos atrás de um período de descanso que, nestas circunstâncias, se torna irrelevante.
Ninguém nega que o descanso seja necessário, que todos precisem de uma pausa, inclusive os líderes. Mas, no momento que uma crise atinge o concelho, há uma responsabilidade que pesa mais do que qualquer outra: a de estar presente!
Ausentar-se, seja fisicamente ou através do silêncio, é uma escolha, e uma escolha que ecoa profundamente na confiança da população.
Tenho a certeza que Mário Passos não hesitará em estar presente e aparecer na fotografia da próxima festa, inauguração de rotunda de supermercado ou aniversário de um centenário.
Por fim, deixo uma palavra de apreço e de apoio a toda a população de Arnoso, pela vergonha nacional que os líderes atuais do concelho e da freguesia causaram especialmente a esta população.
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