Não era de todo o tema sobre o qual previa e pretendia escrever neste mês dos santos populares. Era minha intenção deixar-vos aqui algumas breves referências sobre energia.
Consultando o dicionário encontramos diversos significados para este singelo vocábulo: em Física é a capacidade que um corpo ou um sistema físico tem de produzir trabalho; em sentido figurado: maneira vigorosa de agir, de dizer ou de querer; força anímica = firmeza, segurança; vitalidade física = vigor.
Foi a finitude de continuar com este vigor, vitalidade e produção de energia que levou ao cessar do batimento cardíaco do Paulo. Há dois dias, em pleno Alentejo, quando jogava golfe, veio a pancada fatal.
De um momento para o outro, num instante, o que era, deixou de o ser.
Fui, como tantos de vós, colhido de surpresa com mensagens e telefonemas. A alguns só respondi: “Já sei!”. E ficamos ali, alguns minutos, a relembrar como é isto possível. Como a vida nos prega partidas. Nos faz partir.
Paulo Araújo, o Paulo Feio, esteve ligado a diversos movimentos em Famalicão. Foi um “Jota”, militou no PSD.
Foi um dos fundadores da casa do Benfica em Famalicão. Era o sócio nº 1. E justo seria que não mais esse número fosse atribuído: assim os estatutos o permitam e os sócios o aceitem.
Foi um desportista nato. Praticante de futebol no Futebol Clube de Famalicão, foi um central de envergadura nas camadas jovens do Fama. Alto, espadaúdo, raçudo, era no dealbar da adolescência um rapaz com porte atlético significativo. Creio que jogou noutros clubes do concelho.
Estudou na antiga Escola Comercial e Industrial de Famalicão. Integrava as equipas, em diversas modalidades, desse estabelecimento de ensino. Cruzamo-nos várias vezes nas compitas Liceu-Escola.
Praticou andebol com uma ilustre geração de andebolistas famalicenses orientados pelo professor Adelino.
Jogámos durante vários anos voleibol no Famalicense Atlético Clube (FAC). Ainda no tempo em que as fases de apuramento para as fases finais dos nacionais se disputavam, também, ao ar livre. Dessa equipa, és o terceiro a deixar-nos, após as partidas do Américo e do Zé Henriques!
Foste um desportista de eleição ou não fosses o caçula dos Mendes Araújo.
Badminton era a vossa praia. Uma modalidade extremamente exigente e que requer excelente forma física e atlética. Para além de vários atletas desse tempo, o Berto, a Aida, a Manuela Dias, a Amélia Granja, o Azevedo, a tua cunhada Anabela e o Ni, destaque para os teus irmãos: a Zé e o Tino. Foram todos campeões nacionais. Terão, com certeza, uma cota-parte na responsabilidade do sucesso das irmãs Sónia e Adriana Gonçalves, atuais vultos no panorama nacional da modalidade.
A vida é efémera. Acredito que a tenhas aproveitado.
A morte de um amigo é sempre prematura. Leva-nos um pouco da nossa alegria. Deixa-nos mais pobres, mais vazios, mais inquietos.
Faz-nos refletir. Como sempre!
Prometemo-nos focar no essencial e dar valor ao que realmente importa. Até à próxima…
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